quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Perdão 2
Escrevi a respeito do perdão em um post anterior. Dias depois assisti a um filme da Missão Portas Abertas cujo título é “Uma Jornada de Perdão”, que conta a história de mulheres cristãs que tiveram de perdoar os assassinos de suas filhas, amigas, maridos, etc. O filme passa uma importante lição: podemos perdoar porque Deus nos perdoou primeiro. Deus não nos perdoou porque pedimos desculpas primeiro; não nos perdoou porque nos humilhamos pedindo perdão; não nos perdoou porque demos sinais de arrependimento. Ele nos perdoou apesar da nossa indisposição para com Ele, da nossa indisposição de fazer qualquer uma dessas coisas. Como Jesus disse na cruz “perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Se queremos ser imitadores de Cristo, é esse perdão que devemos praticar: perdoar mesmo sem ouvir um pedido de desculpas, mesmo sem observar arrependimento, mesmo que saibamos que não vamos ganhar nada com isso. “Nada” a não ser a incompreensível paz de cumprir a vontade de Deus.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Segurança em Jesus
É muito difícil aos olhos humanos entender porque Deus deixou o pecado entrar no mundo. É muito difícil também entender porque Deus escolheu enviar seu filho na forma de um bebê, para nascer em uma pequena cidade sem maior importância, e ainda no início de sua vida adulta morrer no lugar de criaturas que lhe deram as costas. Se não conhecêssemos essa história através da Bíblia, se não soubéssemos o fim desejado por Deus através desses eventos, provavelmente ficaríamos atônitos com tudo isso. É o que acontece em nossas vidas, quando nossos planos não seguem o rumo que imaginávamos para eles. Os planos de Deus não são como os nossos, mas devemos descansar em saber que eles são perfeitos. Sabemos de duas verdades: todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. E: tudo o que Deus faz é para sua honra e glória. Essas são duas verdades de que podemos nos lembrar na época de Natal e nas quais devemos descansar.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
"Abra os olhos do meu coração"
Uma das mais belas passagens da Bíblia, a meu ver, encontra-se em 2 Reis 6. Diante da ameaça de um ataque dos sírios a Israel, o moço que acompanhava o profeta Eliseu temeu. Eliseu orou, e então os olhos do rapaz se abriram para ver o exército de cavalos e carros de fogo que estava ao redor deles. Creio que essa passagem ensina algo muito importante: diante dos problemas, das dificuldades, podemos desanimar, não entender, nos sentir fracos... Mas devemos orar para que Deus nos lembre quem luta por nós.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Perdão
Perdoar é difícil. É difícil esquecer a dor que uma pessoa nos fez sentir. Deus nos ensinou o perdão ao enviar seu filho para que nós fossemos perdoados por ele. Perdoar liberta a pessoa que nos ofendeu, mas liberta principalmente a nós mesmos. Nos liberta do desejo de retribuição, do desejo de vingança. Não é fácil. É algo que só podemos fazer com auxílio de Deus. Por isso é importante pedir a ele que nos permita perdoar. Quanto à justiça, ela é muito importante para Deus. Deixa essa parte com ele. Da sua parte, obedeça à palavra de Deus e perdoe.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Dá-me um coração igual ao teu
Nem sempre nossa vontade e a vontade de Deus são a mesma. Queremos uma coisa, mas Deus parece estar brigado conosco, querendo outra. Lutar contra a vontade de Deus nunca é bom. Nessa hora, embora possa ser muito difícil, devemos orar "dá-me um coração igual ao teu". Um coração disposto a cumprir o querer de Deus, disposto a descansar e confiar no Deus que diz "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que me amam".
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Já se ouve ruído de abundante chuva
Em nossa cultura, geralmente quando falamos sobre nuvens e chuva, pensamos em tempo ruim e más notícias. Não era esse o caso de nossos irmãos do Antigo Testamento. Vivendo em meio a desertos e dentro de uma cultura basicamente agrária, eles viam nas chuvas um poderoso sinal da graça de Deus (Ver, por exemplo, Deuteronômio 11:14; Provérbios 16:15; Oséias 6:3). Em 1 Reis 17 e 18 vemos a história sobre como o profeta Elias orou e não houve chuva por três anos e seis meses. Ao final desse período, Elias orou novamente e Deus enviou a chuva. Em meio aos problemas, crises, dificuldades, temos a impressão de que Deus se esqueceu de nós. Mas Ele está lá, operando, embora muitas vezes não entendamos como e nem por que. E num determinado momento, se olharmos para o horizonte, podemos ver as nuvens de chuva chegando. Não é uma falsa esperança. É a promessa que Deus nos dá. Pode ser muito difícil, mas em meio à estação seca, podemos e devemos confiar que nas promessas de que nosso Deus é gracioso e está cuidando de nós. O maior exemplo disso foi enviar seu filho Jesus para morrer por nós na cruz e ressurgir ao terceiro dia. Em meio aos problemas da vida, podemos confiar na graça de Deus.
“Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque já se ouve ruído de abundante chuva (...) Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem (...) Dentro em pouco, os céus se enegreceram, com nuvens e vento, e caiu grande chuva” (1 Reis 18:41-46).
“Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque já se ouve ruído de abundante chuva (...) Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem (...) Dentro em pouco, os céus se enegreceram, com nuvens e vento, e caiu grande chuva” (1 Reis 18:41-46).
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Deus, bom e terrível
A Confissão de Fé de Westminster assim descreve Deus em seu segundo capítulo: “É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em seus juízos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado”.
Deus é ao mesmo tempo bondoso e terrível. Penso que poucos captaram isso tão bem como C.S. Lewis em As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Em um dado momento da história, os quatro irmãos Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia estão prestes a conhecer Aslam, o leão que é Deus no mundo visitado pelas crianças. Acontece então um diálogo marcante entre as crianças e o casal de castores que lhes serve de guias:
“– E ele é um homem? – perguntou Lúcia.– Aslam, um homem! – disse o Sr. Castor, muito sério. – Não, não. Não lhes disse eu que ele é o Rei dos Bosques, filho do grande Imperador de Além-Mar? Então não sabem quem é o rei dos animais? Aslam é um leão... o Leão, o grande Leão!– Ah! – exclamou Susana. – Estava achando que era um homem. E ele... é de confiança? Vou morrer de medo de ser apresentada a um leão.– Ah, isso vai, meu anjo, sem dúvida – disse a Sra. Castor. – Porque, se alguém chegar na frente de Aslam sem sentir medo, ou é o mais valente de todos ou então é um completo tolo.– Mas ele é tão perigoso assim? – perguntou Lúcia.– Perigoso? – disse o Sr. Castor. – Então não ou viu o que Sra. Castor acabou de dizer? Quem foi que disse que ele não era perigoso? Claro que é, perigosíssimo. Mas acontece que é bom. Ele é REI, disse e repito”.
Mais adiante na história, Aslam é apresentado às crianças. A cena segue assim:
“Quanto ao próprio Aslam, nem as crianças, nem os castores souberam o que fazer ou dizer ao vê-lo. Quem nunca esteve em Nárnia há de achar que uma coisa não pode ser boa e aterrorizante ao mesmo tempo. Os meninos entenderam logo. Pois, quando tentaram olhar para Aslam de frente, só conseguiram ver de relance a juba de ouro e uns grandes olhos, régios, soleníssimos, esmagadores. Depois, já não tiveram forças para olhar e começaram a tremer como varas verdes”.
Esse é Deus: bom e terrível. Bom para os que o buscam, terrível para os que o rejeitam. E é esse Deus, cheio de graça, que é nosso justo juiz. Mas em Jesus Cristo temos com Ele paz, e podemos desfrutar de toda a sua bondade. Encontre essa paz e essa bondade em Cristo.
Deus é ao mesmo tempo bondoso e terrível. Penso que poucos captaram isso tão bem como C.S. Lewis em As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Em um dado momento da história, os quatro irmãos Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia estão prestes a conhecer Aslam, o leão que é Deus no mundo visitado pelas crianças. Acontece então um diálogo marcante entre as crianças e o casal de castores que lhes serve de guias:
“– E ele é um homem? – perguntou Lúcia.– Aslam, um homem! – disse o Sr. Castor, muito sério. – Não, não. Não lhes disse eu que ele é o Rei dos Bosques, filho do grande Imperador de Além-Mar? Então não sabem quem é o rei dos animais? Aslam é um leão... o Leão, o grande Leão!– Ah! – exclamou Susana. – Estava achando que era um homem. E ele... é de confiança? Vou morrer de medo de ser apresentada a um leão.– Ah, isso vai, meu anjo, sem dúvida – disse a Sra. Castor. – Porque, se alguém chegar na frente de Aslam sem sentir medo, ou é o mais valente de todos ou então é um completo tolo.– Mas ele é tão perigoso assim? – perguntou Lúcia.– Perigoso? – disse o Sr. Castor. – Então não ou viu o que Sra. Castor acabou de dizer? Quem foi que disse que ele não era perigoso? Claro que é, perigosíssimo. Mas acontece que é bom. Ele é REI, disse e repito”.
Mais adiante na história, Aslam é apresentado às crianças. A cena segue assim:
“Quanto ao próprio Aslam, nem as crianças, nem os castores souberam o que fazer ou dizer ao vê-lo. Quem nunca esteve em Nárnia há de achar que uma coisa não pode ser boa e aterrorizante ao mesmo tempo. Os meninos entenderam logo. Pois, quando tentaram olhar para Aslam de frente, só conseguiram ver de relance a juba de ouro e uns grandes olhos, régios, soleníssimos, esmagadores. Depois, já não tiveram forças para olhar e começaram a tremer como varas verdes”.
Esse é Deus: bom e terrível. Bom para os que o buscam, terrível para os que o rejeitam. E é esse Deus, cheio de graça, que é nosso justo juiz. Mas em Jesus Cristo temos com Ele paz, e podemos desfrutar de toda a sua bondade. Encontre essa paz e essa bondade em Cristo.
domingo, 27 de setembro de 2009
Ajuda à Igreja Perseguida
Diferentes passagens do Novo Testamento fazem referência a uma grande fome que se abateu sobre o mundo nos dias dos apóstolos, afetando especialmente os cristãos pobres da Judéia que haviam se convertido a partir do judaísmo. Diferentes passagens mencionam também as ofertas levantadas por igrejas gentílicas para esses cristãos de origem judaica e enviadas através de missionários como Paulo e Barnabé (Atos 11:28-30; Atos 19:21; Romanos 15:25-28; 1 Coríntios 16:1-4; 2 Coríntios 8:1-15). Na passagem de 2 Coríntios 8:1-15 é mencionado que as igrejas ofertantes incluíam aquelas da Macedônia: Filipos, Tessalônica, Beréia e possivelmente outras. Essas não eram, ao que parece, igrejas de muitas posses, mas “com muitos rogos” elas pediram a Paulo “a graça de participarem da assistência aos santos”. Graça, aliás, é uma palavra chave nesse texto. Ali está presente do início ao fim a informação de que fomos salvos pela graça de Deus. Por que as igrejas da Macedônia estavam tão ansiosas por ajudar seus irmãos na Judéia? Um motivo era que eles entendiam que eram seus devedores: os judeus haviam guardado ao longo do Antigo Testamento a fé que os gentios pela graça haviam recebido. Outro motivo era o desejo de imitar a graça de Cristo, “que sendo rico, se fez pobre por amor de vós”. E como essas igrejas sem tantas posses puderam suprir as necessidades de seus irmãos? Pela graça de Deus concedida a essas igrejas (v. 1). Assim, “o que colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta”. A Igreja hoje sofre perseguição severa em diferentes lugares do mundo. Como já escrevi em outro post, todos os cristãos sofrem perseguição (2 Timóteo 3:12), porém penso ser possível dizer que alguns cristãos experimentam isso de forma mais direta, através de governos ou líderes religiosos opressores, por exemplo. A Missão Portas Abertas, cujo site incluo entre meus links hoje, é um ministério cristão voltado para atender às necessidades desses irmãos perseguidos. As igrejas da Macedônia tinham algo a ofertar para os cristãos: recursos para aplacar a fome. Isso era feito em troca de algo que eles haviam recebido: a fé. A Igreja Livre hoje tem muito a ofertar à sua irmã perseguida em termos de alimento físico e espiritual. E devemos fazer isso, não só para atender às suas necessidades, mas também porque a Igreja Perseguida, aquela que sofre e persevera em meio às crises e à perseguição, assim como aquela igreja na Judéia, tem muito a nos oferecer em matéria de fé. Envolva-se e ajude à Igreja Perseguida. Você com certeza estará abençoando e sendo abençoado.
sábado, 26 de setembro de 2009
"Mas, pela graça de Deus, sou o que sou"
Certa vez um pastor e seu amigo caminhavam pela rua quando viram um homem bêbado caído na sarjeta. Vendo aquilo o amigo recriminou o comportamento do bêbado: “como pode um homem chegar a esse estado!”. O pastor respondeu: “pois é somente pela graça de Deus que aquele não sou eu”. Trata-se de uma história real, mas acho que não vou conseguir me lembrar dos personagens. Aquele pastor não tinha uma tendência ao alcoolismo. Ele também não tinha um passado de libertação desse vício. O pastor estava “apenas” reconhecendo alguns fatos sobre a obra graciosa de Deus em nós. É muito fácil julgar. É muito fácil pensar “eu jamais faria a mesma coisa, jamais cometeria os mesmos pecados, jamais chegaria a esse ponto”. Cometeria sim. É um duro aprendizado, mas só sabemos o quanto as tentações são duras, o quanto as lutas são difíceis, quando nós passamos por elas. Qualquer pecado parece muito trivial até que nós somos tentados por ele. Qualquer situação parece muito simples de se resolver até sermos pessoalmente submetidos a ela. Como diz a Palavra “Aquele pois, que pensa estar em pé [grifo meu] veja que não caia” (1 Co 10.12)”. A fala do amigo esconde, além do julgamento, um pensamento errado de que somos justos por nós mesmos. Somos todos inclinados ao pecado, igualmente capazes das atitudes mais horrendas. Se somos justos é porque fomos justificados. Se somos santos, é porque estamos sendo santificados, e Deus graciosamente nos tem livrado do pecado. Somos passivos diante da ação monergística de um Deus gracioso. Somos o que somos pela Graça de Deus.
"Mas, pela graça de Deus, sou o que sou" (1 Coríntios. 15:10)
"Mas, pela graça de Deus, sou o que sou" (1 Coríntios. 15:10)
terça-feira, 22 de setembro de 2009
O erro do Culto dos Mártires
Em seu excelente livro A Fé que Persevera: guia essencial sobre a perseguição à Igreja (Missão Portas Abertas, 2009) Ronald Boyd-MacMillan observa que, embora chamem muita atenção e tenham um importante papel, os mártires são poucos na história do cristianismo, relativamente ao número total de cristãos. É uma observação muito interessante, especialmente por estar presente em um livro cujo principal objetivo é fazer um retrato da perseguição aos cristãos no mundo de hoje. Enquanto a Igreja conta com um número relativamente pequeno de mártires, conta também com um número enorme de cristãos que de uma forma ou de outra sofreram ou sofrem alguma forma de perseguição. O argumento final do autor, aliás, é de que qualquer um que seja de fato cristão irá experimentar alguma forma de perseguição, do mundo, do diabo ou da carne. Já o número reduzido de mártires não se deve ao fato de os martirizados terem sido mais ou menos dedicados na obra do Senhor do que os demais. Deve-se à escolha soberana de Deus. Estevão, o primeiro mártir, não testemunhou mais ou menos de sua fé do que Pedro, Paulo, ou qualquer personagem do Novo Testamento no mesmo período. Aprouve a Deus livrar Pedro e Paulo das prisões, naufrágios e execuções, enquanto aprouve a Deus que Estevão marcasse com seu sangue a trajetória do cristianismo naquele momento. Devemos estar dispostos a sofrer por Cristo, a compartilhar de seu sofrimento, tomar a nossa cruz e segui-lo. Mas penso que devemos estar igualmente alegres com os livramentos que Deus nos provê, e especialmente fugir da falsa impressão de que somente uma vida cheia de sofrimentos e dificuldades é digna aos olhos do Pai. Penso que essa é mais uma manifestação do evangelho de obras e desempenho, que nada mais é do que um falso evangelho, que retira a graça de um Deus de amor e a substitui pelos esforços de seres humanos diante de um Deus distante, contemplativo e indiferente, ou de um pai malvado que faz cobranças que não podemos cumprir. Quando estamos empenhados em servir, uma vida de sofrimentos por amor de Cristo não é menos nobre do que uma vida de livramento. Quando estamos empenhados em servir, tanto um como o outro vem do Senhor.
Ninguém me entende: a história de Elcana e Ana
Há aproximadamente três mil anos atrás (a data precisa não sabemos) viveu na região montanhosa de Efraim, não muito distante, ao norte, de Jerusalém, um casal com problemas de relacionamento. Seus nomes eram Ana e Elcana. Ana e Elcana viriam a ser os pais de Samuel, um personagem tão importante na Bíblia que seu nome dá o título de dois livros no Antigo Testamento, Primeiro Livro de Samuel e Segundo Livro de Samuel. Talvez mais importante do que dar nomes a livros, Samuel foi o profeta e líder escolhido por Deus para anunciar e ungir o Rei Davi como soberano do povo de Israel (1 Samuel 16.1-13). Mas essa é outra história. A história que está sendo analisada aqui se encontra alguns capítulos antes, em 1 Samuel 1.1-8.
Ana e Elcana tinham um grande problema diante de si: Ana não podia ter filhos. Embora fosse um grande desejo de seu coração ser mãe, a Bíblia nos conta que “O SENHOR lhe havia cerrado a madre” (v. 6), ou, em outras palavras, “o SENHOR a [havia] deixado estéril” (v. 5). O desejo de Ana por filhos era tão grande que a falta deles a levava a chorar e a perder o apetite (v. 7). Elcana por sua vez não foi capaz de compreender a angústia porque passava sua esposa. Vendo-a chorar, Elcana disse simplesmente “Ana, por que choras? E por que não comes? E por que estás tão triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (v. 8).
Imagino duas situações possíveis: na primeira, Elcana estava tão desligado das necessidades de sua esposa que realmente não era capaz de compreender o porque de sua tristeza. Diante de seus questionamentos, sua esposa lhe diz “estou triste porque não tenho filhos”, ao que Elcana responde com a frase “ora, e pra que você quer filhos? ‘Não te sou eu melhor do que dez filhos?’” Uma segunda possibilidade: embora soubesse o que sua esposa estava passando, Elcana não deixou de dizer “que bobeira essa seu desejo por filhos, mulher! ‘Não te sou eu melhor do que dez filhos?’”.
Não. Elcana não era melhor do que dez filhos. Nada a ver com Ana amá-lo ou não, mas isso não substituía aquele anseio profundo de sua esposa. A Bíblia nos ensina em numerosas passagens que nos tempos e na cultura do Antigo Testamento os filhos é que davam valor às mulheres. Mulheres com muitos filhos eram vistas como boas esposas e como abençoadas por Deus. Mulheres sem filhos eram vistas como más esposas e como amaldiçoadas por Deus (Gênesis 29.31 a 30.26). Ana tinha ainda de enfrentar a triste situação de que Elcana tinha uma segunda esposa, Penina, essa sim com filhos (aparentemente muitos, vs. 2 e 4), e ainda por cima intriguenta e maldosa com Ana (vs. 6 e 7). Acredito que mesmo transportando a situação de Ana para os tempos atuais e retirando Penina da história (a poligamia nunca foi aprovada por Deus, em tempo algum, mesmo no Antigo Testamento) sua situação não seria melhor. Ter filhos poderia ser o desejo de sua alma, independente dos valores da cultura que a rodeava. Em nossos dias, e no contexto em que vivemos, a cultura não valoriza os filhos da mesma forma que antes, mas isso não muda o desejo de muitas pessoas por tê-los.
Ana, portanto, queria filhos e Elcana, por sua vez, se mostrou insensível a isso.
O que se pode tirar dessa passagem?
Talvez até mais do que filhos, Ana precisava de outra coisa: de um marido que a amasse e compreendesse (Colossenses 3.19 e Efésios 5.25-33). Não sou mulher e nem sou Ana, mas suponho que essa era uma necessidade muito grande de sua alma, assim como acredito que seja de todas as mulheres, ou mesmo de todas as pessoas hoje: se sentir compreendido. Elcana poderia (ou até deveria) ter agido de outra forma. Poderia ter orado com Ana, poderia tê-la ouvido. Poderia se fazer sensível ao sofrimento de sua esposa. Infelizmente ele não agiu assim, e então Ana foi sozinha ao Templo orar ao Senhor para que suas angústias fossem satisfeitas (vs. 9-18). O que um marido de hoje faria? Talvez se divorciasse de sua esposa por ela não lhe dar algo que ele queria. “Quando eu casei pensava que minha esposa me daria mais amor. Ela não está dando! Só pensa em ter filhos! Vou me divorciar”. Ou ainda: “essa minha esposa só reclama! Eu querendo ficar numa boa com ela e ela só com esse papo chato de que queria ter filhos! Não agüento gente triste e reclamona! Quero gente feliz, pra cima! Vou me divorciar!” Os casais deveriam orar juntos, ainda mais por filhos, algo que não poderá ser somente de um deles, mas dos dois. E também por aquelas coisas que parecem ser mais específicas somente de um membro do casal, mas que passam a ser compartilhadas quando os dois unem seus caminhos.
Ana, por sua vez, precisava ser paciente. É até difícil dizer isso, mas ela precisava ser compreensiva com seu marido incompreensivo (Colossenses 3.18 e Efésios 5.22-24 e 33). Elcana amava Ana. A amava tanto que, embora ela não tivesse lhe dado filhos, lhe dava porção dobrada nos sacrifícios (v. 5). Obviamente Elcana não era melhor para Ana do que dez filhos (nada de errado nisso), mas para Elcana, Ana era o alvo de seu amor, independente de filhos. Tanto quanto para Ana era motivo de tristeza não ter filhos, seria motivo de tristeza para Elcana que sua esposa não lhe desse filhos. Fazendo uma avaliação cultural (não sou especialista), acredito que Elcana não seria mal visto por rejeitar sua esposa por ela não ter lhe dado filhos. Muito menos por dar uma porção menor nos sacrifícios, ao invés de porção dupla (talvez as pessoas em redor achassem que Elcana era louco por fazer isso). Mas em toda sua incompreensão sobre o assunto filhos, Elcana a amava. O que uma esposa de hoje faria? Talvez se divorciasse de seu marido por ele não lhe dar algo que ela queria. “A culpa é dele por eu não ter filhos! Vai ver que o estéril é ele, não eu! Vou arrumar um marido que me dê filhos!”. Ou ainda: “esse homem não me entende! Vou procurar alguém que entenda!”.
Talvez ser amado realmente não seja o bastante para muitas pessoas hoje. Queremos alguém que nos compreenda. Nada de errado nesse sentimento, mas é necessário estar aberto a não ter todas as suas necessidades contempladas, mesmo uma tão profunda quanto aquela que Ana tinha, e ser compreensivo com as dificuldades alheias. Elcana com certeza não fazia por mal. O caso é que a psicologia feminina ainda não havia sido inventada! Brincadeiras à parte, Elcana queria compreender sua esposa, o fato de ter pisado na bola não o torna um marido ruim. Apenas imperfeito. Saber e compreender que somos todos imperfeitos (não só os outros), que da mesma maneira que não somos compreendidos muitas vezes também não compreendemos é algo necessário de se aprender e aceitar.
Infelizmente nunca seremos plenamente compreendidos pelas outras pessoas... Elcana não foi o único a não entender Ana. Eli, o sacerdote, foi incompreensivo ao ponto de pensar que Ana estava bêbada ao invés de orando (vs. 12-14)! ...para sermos compreendidos devemos estar dispostos a dialogar, como fez Ana com Eli (vs. 15-18). Em outras palavras, precisamos nos abrir. O sentimento de incompreensão pode levar à atitude errada de nos fecharmos no pensamento egoísta e até auto-destrutivo de que “ninguém me entende”. Devemos lembrar também que muitas vezes não compreendemos nosso próprio comportamento (Romanos 7.13-25, especialmente 15 e 24), e que somente Deus sabe realmente o que está em nosso coração (Salmo 139 e 1 Coríntios 13.12 “conhecerei como também sou conhecido”).
Vivamos assim, portanto, sabedores de que há um Deus que nos entende, que sabe das mais profundas angústias de nosso coração (Jeremias 29.11). Que esse Deus compreendeu a nossa mais profunda necessidade, a de estarmos ligados a Ele, e assim enviou seu filho para morrer na cruz e ressuscitar ao terceiro dia, e assim nos salvar, quando não éramos merecedores de nada, muito menos desse grande amor. E lembrando também que esse é o exemplo de amor com que devemos amar uns aos outros, procurando nos entender mutuamente e ser amorosos com as falhas uns dos outros, como Deus também nos entendeu e amou.
“Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3.3)
Ana e Elcana tinham um grande problema diante de si: Ana não podia ter filhos. Embora fosse um grande desejo de seu coração ser mãe, a Bíblia nos conta que “O SENHOR lhe havia cerrado a madre” (v. 6), ou, em outras palavras, “o SENHOR a [havia] deixado estéril” (v. 5). O desejo de Ana por filhos era tão grande que a falta deles a levava a chorar e a perder o apetite (v. 7). Elcana por sua vez não foi capaz de compreender a angústia porque passava sua esposa. Vendo-a chorar, Elcana disse simplesmente “Ana, por que choras? E por que não comes? E por que estás tão triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (v. 8).
Imagino duas situações possíveis: na primeira, Elcana estava tão desligado das necessidades de sua esposa que realmente não era capaz de compreender o porque de sua tristeza. Diante de seus questionamentos, sua esposa lhe diz “estou triste porque não tenho filhos”, ao que Elcana responde com a frase “ora, e pra que você quer filhos? ‘Não te sou eu melhor do que dez filhos?’” Uma segunda possibilidade: embora soubesse o que sua esposa estava passando, Elcana não deixou de dizer “que bobeira essa seu desejo por filhos, mulher! ‘Não te sou eu melhor do que dez filhos?’”.
Não. Elcana não era melhor do que dez filhos. Nada a ver com Ana amá-lo ou não, mas isso não substituía aquele anseio profundo de sua esposa. A Bíblia nos ensina em numerosas passagens que nos tempos e na cultura do Antigo Testamento os filhos é que davam valor às mulheres. Mulheres com muitos filhos eram vistas como boas esposas e como abençoadas por Deus. Mulheres sem filhos eram vistas como más esposas e como amaldiçoadas por Deus (Gênesis 29.31 a 30.26). Ana tinha ainda de enfrentar a triste situação de que Elcana tinha uma segunda esposa, Penina, essa sim com filhos (aparentemente muitos, vs. 2 e 4), e ainda por cima intriguenta e maldosa com Ana (vs. 6 e 7). Acredito que mesmo transportando a situação de Ana para os tempos atuais e retirando Penina da história (a poligamia nunca foi aprovada por Deus, em tempo algum, mesmo no Antigo Testamento) sua situação não seria melhor. Ter filhos poderia ser o desejo de sua alma, independente dos valores da cultura que a rodeava. Em nossos dias, e no contexto em que vivemos, a cultura não valoriza os filhos da mesma forma que antes, mas isso não muda o desejo de muitas pessoas por tê-los.
Ana, portanto, queria filhos e Elcana, por sua vez, se mostrou insensível a isso.
O que se pode tirar dessa passagem?
Talvez até mais do que filhos, Ana precisava de outra coisa: de um marido que a amasse e compreendesse (Colossenses 3.19 e Efésios 5.25-33). Não sou mulher e nem sou Ana, mas suponho que essa era uma necessidade muito grande de sua alma, assim como acredito que seja de todas as mulheres, ou mesmo de todas as pessoas hoje: se sentir compreendido. Elcana poderia (ou até deveria) ter agido de outra forma. Poderia ter orado com Ana, poderia tê-la ouvido. Poderia se fazer sensível ao sofrimento de sua esposa. Infelizmente ele não agiu assim, e então Ana foi sozinha ao Templo orar ao Senhor para que suas angústias fossem satisfeitas (vs. 9-18). O que um marido de hoje faria? Talvez se divorciasse de sua esposa por ela não lhe dar algo que ele queria. “Quando eu casei pensava que minha esposa me daria mais amor. Ela não está dando! Só pensa em ter filhos! Vou me divorciar”. Ou ainda: “essa minha esposa só reclama! Eu querendo ficar numa boa com ela e ela só com esse papo chato de que queria ter filhos! Não agüento gente triste e reclamona! Quero gente feliz, pra cima! Vou me divorciar!” Os casais deveriam orar juntos, ainda mais por filhos, algo que não poderá ser somente de um deles, mas dos dois. E também por aquelas coisas que parecem ser mais específicas somente de um membro do casal, mas que passam a ser compartilhadas quando os dois unem seus caminhos.
Ana, por sua vez, precisava ser paciente. É até difícil dizer isso, mas ela precisava ser compreensiva com seu marido incompreensivo (Colossenses 3.18 e Efésios 5.22-24 e 33). Elcana amava Ana. A amava tanto que, embora ela não tivesse lhe dado filhos, lhe dava porção dobrada nos sacrifícios (v. 5). Obviamente Elcana não era melhor para Ana do que dez filhos (nada de errado nisso), mas para Elcana, Ana era o alvo de seu amor, independente de filhos. Tanto quanto para Ana era motivo de tristeza não ter filhos, seria motivo de tristeza para Elcana que sua esposa não lhe desse filhos. Fazendo uma avaliação cultural (não sou especialista), acredito que Elcana não seria mal visto por rejeitar sua esposa por ela não ter lhe dado filhos. Muito menos por dar uma porção menor nos sacrifícios, ao invés de porção dupla (talvez as pessoas em redor achassem que Elcana era louco por fazer isso). Mas em toda sua incompreensão sobre o assunto filhos, Elcana a amava. O que uma esposa de hoje faria? Talvez se divorciasse de seu marido por ele não lhe dar algo que ela queria. “A culpa é dele por eu não ter filhos! Vai ver que o estéril é ele, não eu! Vou arrumar um marido que me dê filhos!”. Ou ainda: “esse homem não me entende! Vou procurar alguém que entenda!”.
Talvez ser amado realmente não seja o bastante para muitas pessoas hoje. Queremos alguém que nos compreenda. Nada de errado nesse sentimento, mas é necessário estar aberto a não ter todas as suas necessidades contempladas, mesmo uma tão profunda quanto aquela que Ana tinha, e ser compreensivo com as dificuldades alheias. Elcana com certeza não fazia por mal. O caso é que a psicologia feminina ainda não havia sido inventada! Brincadeiras à parte, Elcana queria compreender sua esposa, o fato de ter pisado na bola não o torna um marido ruim. Apenas imperfeito. Saber e compreender que somos todos imperfeitos (não só os outros), que da mesma maneira que não somos compreendidos muitas vezes também não compreendemos é algo necessário de se aprender e aceitar.
Infelizmente nunca seremos plenamente compreendidos pelas outras pessoas... Elcana não foi o único a não entender Ana. Eli, o sacerdote, foi incompreensivo ao ponto de pensar que Ana estava bêbada ao invés de orando (vs. 12-14)! ...para sermos compreendidos devemos estar dispostos a dialogar, como fez Ana com Eli (vs. 15-18). Em outras palavras, precisamos nos abrir. O sentimento de incompreensão pode levar à atitude errada de nos fecharmos no pensamento egoísta e até auto-destrutivo de que “ninguém me entende”. Devemos lembrar também que muitas vezes não compreendemos nosso próprio comportamento (Romanos 7.13-25, especialmente 15 e 24), e que somente Deus sabe realmente o que está em nosso coração (Salmo 139 e 1 Coríntios 13.12 “conhecerei como também sou conhecido”).
Vivamos assim, portanto, sabedores de que há um Deus que nos entende, que sabe das mais profundas angústias de nosso coração (Jeremias 29.11). Que esse Deus compreendeu a nossa mais profunda necessidade, a de estarmos ligados a Ele, e assim enviou seu filho para morrer na cruz e ressuscitar ao terceiro dia, e assim nos salvar, quando não éramos merecedores de nada, muito menos desse grande amor. E lembrando também que esse é o exemplo de amor com que devemos amar uns aos outros, procurando nos entender mutuamente e ser amorosos com as falhas uns dos outros, como Deus também nos entendeu e amou.
“Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3.3)
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Mensagens da vida do rei Davi
O rei Davi foi um importante personagem bíblico. Viveu aproximadamente em 1000 A.C. A Bíblia o chama de "Homem segundo o coração de Deus". Sua vida nos trás muitas lições:
O que importa mais para Deus não é o que importa mais para nós (1 Samuel 16:1-13);
Que não importa o que aconteça Jesus é o nosso campeão e luta por nós (1 Samuel 17:1-11, 45-50);
Não tenha rancor, não tenha mágoa, perdoe (1 Samuel 18:1-16);
Não podemos nada sozinhos (1 Samuel 18:1-4);
O caminho para cima aponta para baixo, então se você está se sentindo por baixo não desanime. Isso não quer dizer que Deus foi embora e não se importa mais com você (1 Samuel 21:10-22:5);
Siga os passos ensinados na Bíblia para o que fazer quando você não sabe o que fazer: ore, siga aquilo que você já sabe que é a vontade de Deus, estude a Palavra, busque conselhos. Se você já fez tudo isso, siga o que está no seu coração e confie em Deus (1 Samuel 23:1-18);
Ao ver os outros terem sucesso, não dê lugar à inveja, mas fique feliz com o sucesso dos outros, e especialmente feliz com os planos de Deus (1 Samuel 24);
Não decida tudo sozinho. Valorize conselhos de pessoas que te conhecem e que se importam com você (1 Samuel 25);
Se você sente que falhou, não fuja da situação, transforme sua falha em oração, em ação e regozije-se na graça de Deus, que supera todos os pecados, todo erro e toda vergonha que temos (1 Samuel 30);
A senseção de espera é normal. Deus está preparando para algo na sua vida… (1 Samuel 31, 2 Samuel 1);
…seja paciente e lembre-se de que as coisas devem acontecer no tempo Dele (2 Samuel 2:1-4, 5:1-5)
(Adaptado da série de sermões do Pastor Mike Osborne “An Undivided Heart: The Life of David”. Os sermões podem ser obtidos em http://www.upc-orlando.com/resources/audio/sermons09.php)
O que importa mais para Deus não é o que importa mais para nós (1 Samuel 16:1-13);
Que não importa o que aconteça Jesus é o nosso campeão e luta por nós (1 Samuel 17:1-11, 45-50);
Não tenha rancor, não tenha mágoa, perdoe (1 Samuel 18:1-16);
Não podemos nada sozinhos (1 Samuel 18:1-4);
O caminho para cima aponta para baixo, então se você está se sentindo por baixo não desanime. Isso não quer dizer que Deus foi embora e não se importa mais com você (1 Samuel 21:10-22:5);
Siga os passos ensinados na Bíblia para o que fazer quando você não sabe o que fazer: ore, siga aquilo que você já sabe que é a vontade de Deus, estude a Palavra, busque conselhos. Se você já fez tudo isso, siga o que está no seu coração e confie em Deus (1 Samuel 23:1-18);
Ao ver os outros terem sucesso, não dê lugar à inveja, mas fique feliz com o sucesso dos outros, e especialmente feliz com os planos de Deus (1 Samuel 24);
Não decida tudo sozinho. Valorize conselhos de pessoas que te conhecem e que se importam com você (1 Samuel 25);
Se você sente que falhou, não fuja da situação, transforme sua falha em oração, em ação e regozije-se na graça de Deus, que supera todos os pecados, todo erro e toda vergonha que temos (1 Samuel 30);
A senseção de espera é normal. Deus está preparando para algo na sua vida… (1 Samuel 31, 2 Samuel 1);
…seja paciente e lembre-se de que as coisas devem acontecer no tempo Dele (2 Samuel 2:1-4, 5:1-5)
(Adaptado da série de sermões do Pastor Mike Osborne “An Undivided Heart: The Life of David”. Os sermões podem ser obtidos em http://www.upc-orlando.com/resources/audio/sermons09.php)
Complexo de Adão
Segundo o pastor e historiador Alderi Souza de Matos, a Igreja Cristã vive hoje uma crise de identidade relacionada àquilo que ele chama de “complexo de Adão”. A Bíblia nos ensina que Adão foi o primeiro homem, portanto, ele não tinha pais ou avós. Não tinha antepassados que pudessem lhe servir de referência a respeito da maneira como sua vida deveria ser vivida. De maneira semelhante, muitos cristãos vivem como se não houvesse história. Querem viver como se fossem os primeiros e únicos cristãos da História. As novas gerações ignoram o que fizeram as antigas; não só não possuem referências como também desprezam o valor dos exemplos deixados pelos cristãos que aí estiveram antes de nós. As conseqüências são danosas: os cristãos individualmente e as igrejas em conjunto vivem situações difíceis para as quais já existem soluções, bastaria saber olhar para trás. São questões doutrinárias mal resolvidas, problemas pessoais a busca de solução e certamente outros mais que não me recordo aqui, mas que poderiam ser melhor resolvidos com uma “olhada pelo espelho retrovisor”, sem deixar de seguir adiante.
A história do cristianismo está repleta de bons exemplos a serem seguidos e maus exemplos a serem evitados, muitas vezes coexistindo na vida de um mesmo cristão ou de um mesmo grupo de cristãos. Nunca houve cristãos perfeitos (há um erro muito grande em “santificar” ou “heroicizar” em demasia nossos irmãos do passado), mas mesmo seus defeitos são bons exemplos. Exemplos do que não fazer, claro, mas também muitas vezes exemplos de arrependimento e de superação com Cristo.
Acima de tudo isso, o maior exemplo histórico de conduta que temos como cristãos é a Bíblia. A Palavra de Deus não é uma coleção de fábulas, axiomas metafísicos ou de exemplos morais desligados da vida real de seres humanos reais. É uma história real, uma história de pessoas reais nas vidas das quais Deus realmente interveio, fazendo ainda registrar infalivelmente os eventos relacionados. E é das páginas da Bíblia que tiramos nosso maior exemplo, nossa regra de fé e de prática. Temos um exemplo disso na ocasião em que o rei Josias descobriu o Livro da Lei guardado e esquecido por muitos anos no Templo em Jerusalém. Naquele tempo houve arrependimento dos pecados e reforma segundo a Palavra de Deus (2 Reis 22 e 23). Que seja assim entre nós hoje. A Bíblia nos ensina acima de tudo que a vida de Jesus realmente faz parte história, ele se fez homem e habitou entre nós. Sua vida foi um real exemplo de conduta, vivida por um homem que apesar de ser Deus era em tudo igual a nós, apenas sem pecado. E esse homem-Deus realmente morreu na cruz e ressuscitou, em um real evento histórico que nos trás a salvação. Não podemos jamais esquecer essa história.
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma” (Hebreus 12:1-3).
A história do cristianismo está repleta de bons exemplos a serem seguidos e maus exemplos a serem evitados, muitas vezes coexistindo na vida de um mesmo cristão ou de um mesmo grupo de cristãos. Nunca houve cristãos perfeitos (há um erro muito grande em “santificar” ou “heroicizar” em demasia nossos irmãos do passado), mas mesmo seus defeitos são bons exemplos. Exemplos do que não fazer, claro, mas também muitas vezes exemplos de arrependimento e de superação com Cristo.
Acima de tudo isso, o maior exemplo histórico de conduta que temos como cristãos é a Bíblia. A Palavra de Deus não é uma coleção de fábulas, axiomas metafísicos ou de exemplos morais desligados da vida real de seres humanos reais. É uma história real, uma história de pessoas reais nas vidas das quais Deus realmente interveio, fazendo ainda registrar infalivelmente os eventos relacionados. E é das páginas da Bíblia que tiramos nosso maior exemplo, nossa regra de fé e de prática. Temos um exemplo disso na ocasião em que o rei Josias descobriu o Livro da Lei guardado e esquecido por muitos anos no Templo em Jerusalém. Naquele tempo houve arrependimento dos pecados e reforma segundo a Palavra de Deus (2 Reis 22 e 23). Que seja assim entre nós hoje. A Bíblia nos ensina acima de tudo que a vida de Jesus realmente faz parte história, ele se fez homem e habitou entre nós. Sua vida foi um real exemplo de conduta, vivida por um homem que apesar de ser Deus era em tudo igual a nós, apenas sem pecado. E esse homem-Deus realmente morreu na cruz e ressuscitou, em um real evento histórico que nos trás a salvação. Não podemos jamais esquecer essa história.
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma” (Hebreus 12:1-3).
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
"...e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra".
Recentemente ouvi um sermão que mudou totalmente minha concepção dessa frase. Sempre pensei nela como um mandamento, "vão lá ser minhas testemunhas". De fato, não deixa de ser uma ordem que Deus nos dá. Como cristãos devemos testemunhar de nossa fé, perto, longe e até mais longe, ou seja, em todo o lugar. A pregação do evangelho pelos cristãos faz parte da forma escolhida por Deus para operar a salvação. Ao menos em minha imaginação, penso que Deus poderia usar anjos para propagar essa mensagem, ou escrevê-la no céu, ou fazer pedras falarem, qualquer coisa. Mas esse não foi o plano. Ele decidiu nos usar para isso. Então há uma responsabilidade muito grande sobre nossos ombros. Mas o que Deus nos diz? "Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo". Deus não nos deu uma simples ordem. Ele não "jogou" sobre nós essa responsabilidade. Junto à ordem Ele nos deu o poder e o privilégio de sermos testemunhas. Ele não nos deixou sozinhos nessa tarefa. Mais que isso: essa tarefa não é nossa, somos somente ferramentas. São os "Atos do Espírito Santo", não os "Atos dos Apóstolos".
"Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (Atos 1:6-8).
"Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (Atos 1:6-8).
O que mais Deus quer de mim?
Um ponto central e essencial das doutrinas da graça é que nossa salvação não depende de nós, é uma obra monergística de Deus por nós e em nós. Em outras palavras, Deus nos amou e predestinou para a salvação de maneira totalmente independente de nossas obras. No entanto, no dia a dia, volta e meia, vivo como se Deus estivesse cobrando algo de mim. Sei que não estou sozinho nessa questão. Há pessoas capazes de pregar um Deus da graça e sentirem sobre si mesmas uma cobrança nada graciosa a respeito de suas vidas. Podemos pensar que Deus está lá em cima no céu nos vigiando e esperando algo mais de nós. Diante dos fracassos, das dificuldades, dos sonhos frustrados, podemos nos pegar perguntando “será que não fiz o bastante? O que mais Deus quer de mim?”. Essa visão só pode gerar angústia e dor, levando a um falso evangelho de obras, ou melhor de performance. Mas como evitá-la? Penso que da seguinte maneira: em primeiro lugar, lembrar que Deus nos salvou de maneira graciosa, nos amando antes da fundação do mundo, nos predestinando, chamando, regenerando, convertendo em fé e arrependimento, justificando, enfim, salvando. Lembrar assim que é ele mesmo quem completa essa salvação nos santificando, nos levando a perseverar e futuramente nos glorificando. Que isso não seja desculpa para uma vida cristã inoperosa! Porém, antes uma vida cristã ociosa, que ter o desprazer (ou melhor, a maldição) de cobrar de nós, ou cobrar dos outros, aquilo que Deus não cobra. Ou pior, de ter a ilusão de que Deus é um cobrador ou de que podemos fazer por nós mesmos algo para agradá-lo. Confie em Deus. “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6).
“SENHOR, concede-nos a paz, porque todas as nossas obras tu as fazes por nós” (Isaías 26:12).
“SENHOR, concede-nos a paz, porque todas as nossas obras tu as fazes por nós” (Isaías 26:12).
Você acredita em Deus?
A pergunta acima pode parecer estranha para muitas pessoas, ou ser interpretada de maneira incorreta. É claro que há muitos ateus no mundo hoje que vão responder a essa pergunta com um simples “não”. Mas há também muitos cristãos que vão responder com um simples “sim” sem considerar sobre o que estão falando. Não duvido de que a maioria das pessoas em igrejas cristãs hoje acredite que há um deus. Salvo raras exceções (infelizmente e surpreendentemente elas existem), os cristãos acreditam que em algum lugar nesse Universo está um ser criador de todas as coisas a que vamos chamar de “Deus”. Mas há outra concepção para a palavra “acreditar” que quero chamar a atenção aqui. É acreditar como sinônimo de “confiar”. Escutei uma analogia sobre esse assunto recentemente que me chamou a atenção. Você pode acreditar que bancos existem, mas pode não estar confiante para sentar em um deles (tem um aqui que parece meio bambo). E acredito que com Deus também seja assim. Podemos “acreditar” nele. Toda a natureza está aí para provar que Ele existe, e a Bíblia é sua Revelação Especial, garantindo ainda mais sua existência. Acima disso temos o testemunho do Espírito Santo em nossos corações. Mas nas horas difíceis você esta disposto a confiar? Mas como confiar? Acredito que confiança é algo construído com o tempo e com experiências. Confio no amor de meus familiares porque muitas vezes e de muitas formas eles já demonstraram que essa confiança não é vã. De maneira muito maior podemos colocar nossa confiança em Deus, pois Ele já provou de muitas formas seu amor por nós. Pense na história de sua vida e você verá o quanto Deus te amou. Pense na história e veja o quanto Deus nos amou dando seu filho para morrer na cruz em nosso lugar. Aquele que deu seu filho por nós não nos dará também tudo aquilo de que necessitamos?
"Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti" (Isaías 49:15).
"Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti" (Isaías 49:15).
Tua Graça me Basta
O título desse blog é um desafio para mim mesmo. A Bíblia nos ensina que a Graça de Deus nos basta. Graça é todo favor imerecido. Tudo o que temos é um favor imerecido que Deus faz por nós. Não merecíamos sequer nascer, nada fizemos para estar aqui. Toda essa vida, com tudo que ela contém é um presente de Deus para nós. É difícil reconhecer isso quando estamos bem e temos a tendência de pensar que se temos alguma coisa é porque conseguimos por nossos próprios méritos. Talvez seja ainda mais difícil quando estamos mal e temos a tendência de pensar que Deus nos abandonou e não se importa mais conosco. Mas diante de tudo isso devemos aprender a dizer "estou melhor do que mereço" diante dos momentos felizes e confiar em Deus durante os momentos difíceis. Essa atitude não depende de "um salto no escuro" ou de um "salto de fé". Depende de confiarmos nos méritos de Jesus Cristo, que dirige a história e cuja vida é uma parte real da história humana, não um mito ou uma fábula moral. Ele tomou sobre si as nossas dores e nos deu vida em abundância. Essa é a maior demonstração de um favor imerecido de Deus, o justo morrer pelos injustos. E é diante disso que devemos confiar.
"Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?" (Romanos 8:31-32)
"Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?" (Romanos 8:31-32)
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