Um dia desses, em função da pouca criatividade dos programadores da TV a cabo, assisti Tróia pela enésima vez. Para quem não conhece, o filme é uma adaptação de Ilíada, clássico da Grécia antiga escrito por Homero. O filme concentra-se especialmente na saga do herói Aquiles em seu desejo de gravar para sempre seu nome na História. Em certa altura do filme, questionado sobre suas razões de participar da guerra entre gregos e troianos, Aquiles responde: “aquilo que todos os homens querem eu quero mais”.
Aquiles estava em busca de glória, e acho que infelizmente ele tinha razão. Todos os homens buscam a sua própria glória. Todos os homens querem ser Deus. O temor pela aparente finitude da vida e o desejo por adulação levam todos a buscarem uma forma de imortalidade através de grandes feitos.
Admito que por muito tempo esse pecado me perseguiu. Pensar que eu poderia passar por esta vida sem deixar alguma marca especial, que meu nome seria simplesmente esquecido, eram coisas que me incomodavam. Aos vinte e poucos anos eu invejava personagens como Alexandre, o Grande, que com a mesma idade havia atingido grandes feitos.
No entanto, Deus nos ensina através de Sua Palavra a viver uma vida diametralmente oposta a tudo isso. Deus nos ensina que devemos buscar a Glória dele, e não a nossa. Os evangelhos ensinam repetidas vezes e de diferentes maneiras que aquele que quer ser grande no Reino de Deus deve ser aquele que serve. O próprio Cristo viveu uma vida humilde, como um pobre carpinteiro, para depois morrer como um malfeitor qualquer.
Através das páginas da Bíblia conhecemos um certo número de reis, profetas e sacerdotes, mas também de pessoas tão simples quanto Rute, Maria ou Raabe. Essas pessoas talvez nunca fossem chamar a atenção dos historiadores de seu tempo, mas eram importantes para Deus. Tão importantes que seus nomes estão hoje sendo ouvidos em todos os lugares onde o evangelho é pregado, embora elas provavelmente jamais pudessem imaginar uma coisa como essa.
Poderíamos pensar ainda nos soldados anônimos do rei Davi, ou nos inúmeros cristãos que deram suas vidas quando a perseguição se instaurou nos dias do Novo Testamento. Esses personagens são desconhecidos para nós, e talvez julgássemos que suas vidas não tiveram tanta importância. Eles não comandaram exércitos, não governaram grandes povos e nem tiveram idéias revolucionárias. Mas a Bíblia afirma claramente que eles eram importantes para Deus.
Buscar a própria glória é um pecado, e como acontece com qualquer pecado, as primeiras vítimas de suas conseqüência somos nós mesmos. Buscar a própria glória é sinônimo de decepção e dor.
A Bíblia nos ensina a quem pertencem toda honra e toda glória: a Deus. Àquele que morreu pelos nossos pecados, àquele que se entregou por nós e que fez de si mesmo o mais humilde de todos. Viver para glorificar a este Deus não é perda de tempo, é a razão pela qual todos nós existimos, acreditando nisso ou não. A Ele toda a glória, para sempre. Amém.
"A minha glória não a dou a outrem”. - Is 48: 11
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
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