Essa é uma frase de uma profundidade talvez não percebida por muitos que passam por ela quando lêem o livro de Atos dos Apóstolos. Jesus, agindo soberanamente como Deus que é, intervém na vida de Paulo para o transformar de fariseu e perseguidor de cristãos em apóstolo e sofredor por Cristo. E nesse momento profere a frase: “por que me persegues?”
A rigor, Paulo poderia objetar contra a declaração: Paulo nunca perseguiu a Cristo; ele perseguiu os cristãos! Tanto quanto a Bíblia nos conta, Paulo nunca havia estado com Jesus até aquela data. Talvez mal tenha ouvido falar de seu ministério, antes de sua glorificação. Mas Jesus não colocou as coisas em outros termos, ele disse “me persegues”.
Jesus identifica a perseguição aos cristãos como uma perseguição a si mesmo. Ao olhar para a vida de Paulo, ele não via um homem perseguindo seus seguidores, mas alguém perseguindo a ele mesmo. Esse é um detalhe de enorme importância, e acredito que muitas lições podem ser tiradas dele. Aqui vão algumas:
- Cristo sofre conosco. Nossos sofrimentos podem ser agudos, frustrantes, cansativos, o que tiverem que ser. Deus nunca nos prometeu uma vida sem sofrimento. Mas Jesus nos promete que não sofremos sozinhos.
- Um cristão é a coisa mais parecida com Cristo a que temos acesso nesse mundo. Por mais imperfeitos que sejamos, somos parte do corpo de Cristo. Cristo se identifica conosco.
- Baseado no último ponto: quando um cristão sofre, Cristo sofre com ele. A aplicação disso deveria ser: não podemos suportar o sofrimento de outro cristão. Deveríamos fazer de tudo para aliviar esse sofrimento. E não deveríamos nós mesmos fazer sofrer nossos irmãos. Fazer sofrer outro cristão equivale a fazer Cristo sofrer. Em outras palavras, deveríamos evitar o sofrimento de outros cristãos, especialmente quando esse sofrimento parte de nós mesmos.
terça-feira, 1 de junho de 2010
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